Com frequência recebo pedidos de divulgação de assuntos relativos a documentários. Como este aqui não é o DocBlog (que mantive por dois anos no portal de O Globo), nem sempre me obrigo a atender. Mas desta vez o assunto merece todo destaque. A partir dessa terça-feira, o mestre Jean Rouch (1917-2004) recebe a maior atenção que jamais teve no Brasil.
Na verdade, a maratona Jean Rouch já passou por São Paulo e Belo Horizonte, chegando agora ao Rio, no Instituto Moreira Salles. Tudo começa com um colóquio internacional de 7 a 11 de julho, abordando a influência de Rouch no cinema moderno e na antropologia. No luxuoso elenco de palestrantes estão teóricos e críticos franceses – Michel Marie, Philippe Lourdou, Luc De Heusch – e brasileiros – Ismail Xavier, Consuelo Lins, Fernão Ramos e José Carlos Avellar, entre outros.
O colóquio tem vagas limitadas. As inscrições devem ser feitas através do site do IMS (clique aqui).
A partir do dia 18, e até 16 de agosto, o IMS vai abrigar uma Mostra Jean Rouch com 77 filmes dele e 14 sobre ele.
Não tenho ideia de programa melhor para quem se interessa pela relação entre cinéma e verité. Quase tudo o que hoje se experimenta e discute na seara dos documentários e na relação deles com a ficção, passando pela reflexividade e a metalinguagem, nasceu nas experiências de Rouch nos anos 1950 e 60. E nunca-antes-na-história-desse-país se teve um Rouch au grand complet como agora.
Carlinhos, sorte e obrigada!