Eis a minha lista de melhores filmes lançados comercialmente no Rio de Janeiro em 2009:
O filme mais cristalino e um dos mais bem estruturados do grande diretor turco Nure Bilge Ceylan. Mescla de policial e melodrama familiar repleto de suspense emocional e silêncios extraordinários.
Transbordante de charme e erotismo, esse filme de espionagem na Xangai da II Guerra bebe nas melhores tradições do gênero. Mais uma demonstração da versatilidade e da precisão de Ang Lee.
Talvez a melhor comédia romântica já feita no Brasil, o filme de Anna Muylaert trouxe diálogos e interpretações impagáveis num roteiro de primeira. Um romantismo oblíquo, quase truncado, mas, por isso mesmo, muito verossímil.
O vencedor do Oscar de documentário consagrou a mescla de procedimentos com a ficção para contar a história de uma travessura memorável. O encantador personagem de Philippe Petit ajudou o diretor James Marsh a fazer sua travessia.
Um filme feito à mão, quase exclusivamente por Luciana Burlamaqui, trocou em miúdos algumas grandes questões do conflito social brasileiro e da consciência em torno dele. Um tour de force do doc de convivência.
Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei
Das muitas cinebiografias documentais lançadas durante o ano, esta foi a mais complexa, discutida e bem-sucedida. Relançou o interesse pelo artista sem botar panos quentes na sua conduta pessoal e política.
Uma experiência real transformada em filme-limite sobre a representação. Contradições do sistema educacional expostas de uma maneira tão viva que parecia mexer com nosso estômago. Laurent Cantet em sua melhor forma.
Quando o gênero do filme de vampiro parecia condenado à noite eterna dos best-sellers, chega sangue novo nesse petardo do sueco Tomas Alfredson. Estilo, tema e ambiente numa equação perfeita.
A maturidade de Sam Mendes é uma bela exceção no panorama infantilizado de Hollywood. No purgatório conjugal desse filme, Mendes chega o mais perto possível do que seria um Bergman norte-americano.
Subvalorizado e pouco visto, esse último filme do argentino Carlos Sorin é uma maravilha de contenção e serena emotividade. A proximidade da morte é vista com o lirismo doce-amargo de Tchekov e Sokurov.
Mais 10 destaques: Anticristo, Mataram Irmã Dorothy, Enquanto o Sol não Vem, Frost/Nixon, Arranca-me a Vida, Milk – A Voz da Igualdade, Jean-Charles, A Festa da Menina Morta, Besouro – Nasce um Herói, Cidadão Boilesen
Veja amanhã (quinta) minhas seis (!) listas dos melhores da década.









Mas nem nos seus 20? Aguarde que não vai encabeçar só minha lista !
Você não viu “Two Lovers” do James Gray ? Ou justa/injustamente esqueceu do melhor filme exibido no Rio em 2009 ?
Gosto bastante do filme, mas daí a figurar entre os 10 melhores, só na sua lista, meu caro.